segunda-feira, abril 26, 2010

O PAC, BELO MONTE e A GUERRA DAS LIMINARES




Parece que parte da oposição vai usar as obras do PAC como ferramenta de campanha. Na minha opinião será uma arma com dois gumes. Existem muitas obras atrasadas, mas o governo pode facilmente justificar o atraso e até virar o jogo a seu favor. Para não dar um tiro no pé, Serra ao inaugurar o rodoanel declarou que era uma obra do PAC em parceria com o governo de São Paulo. Tomemos por exemplo a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Essa obra já foi paralizada por 16 processos judiciais e em apenas um dia por três liminares. Em 1980 algumas ONGs, com o cantor Sting e o cacique Raoni, conseguiram impedir sua construção com forte pressão internacional, porque naquela época o Brasil precisava de dinheiro do exterior. Sting e Raoni ganharam uma tremenda notoridade no exterior e o povo brasileiro sofreu um apagão 20 anos depois. No dia 28/06/2002, FHC prometeu ao povo paraense que iria licitar Belo Monte ainda em seu governo. Após 30 anos o governo mudou o projeto gastando R$ 70 milhões em estudos e pesquisas e alocando R$ 2 bilhões para ações que minimizem os impactos ambientais. Para isso teve que diminuir a capacidade de geração de energia, reduzindo a área inundada em três vezes. Aí veio a argumentação de que com essa redução da capacidade ela poderia se tornar economicamente inviável. Na época do governo militar havia a argumentação que investir em pesquisa e produção do petróleo nacional, não era economicamente viável, pois comprá-lo dos árabes era muito mais barato. Logo em seguida veio a crise do Oriente Médio e ficamos dependentes e reféns dessa crise por décadas. Agora aparecem, finalmente, os políticos dizendo que a obra é politiqueira e que a mesma só deveria ser iniciada no próximo governo. Já esperamos 30 anos, não é o bastante ? O diretor do filme " Avatar " James Cameron e a atriz Sigourney Weaver seguindo os passos de Sting e Raoni estão se reunindo com lideranças indígenas no Xingu.

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