Quando eu era menino, passava as férias no interior da Amazônia. Quando falo interior era os lugarejos onde você tinha peixe, tracajás, tartarugas, patos do mato, marrecas etc com abundância e fácil de pescar ou caçar. O boto sempre foi o parceiro do pescador na pesca. Não se pescava muito porque tinha pouca gente para consumir ou comprar.
Naquela época desviginar uma moça era um problemão. Não casar quase uma sentença de morte. Assim sempre que uma moiçola aparecia grávida era do boto que em noite de lua cheia todo de branco a seduzia. Veja abaixo uma linda canção que retrata a história Em Santarém existe a festa do Sairé para manter vivo este folclore.
Quando boto virou gente
Pra dançar num puxirum,
Quando boto virou gente
Pra dançar num puxirum,
Trouxe o “olho”, trouxe a “flecha”,
Trouxe até muiraquitã.
E dançou a noite inteira
Com a bela cunhantã.
Um grande mistério na roça se faz:
Fugiu cunhantã com o belo rapaz!...
... E o boto, ligeiro, nas ondas sumiu,
Deixando a cabocla na beira do rio...
Se alguém lhe pergunta:
“Quem foi teu amô?”
Cabocla responde
“Foi boto, sinhô!”
Se alguém lhe pergunta:
“Quem foi teu amô?”
Cabocla responde:
“Foi boto, sinhô!”
2 comentários:
Esta Letra, pensei que fosse de Eduardo Dias...
Esta Letra, pensei que fosse de Eduardo Dias...
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