quarta-feira, abril 16, 2014

Os planos econômicos brasileiros bases do Plano Real.

O Plano Real foi um plano bem sucedido. A inflação passou a ser controlada e diminuiu significativamente com o passar dos anos. Até hoje o Brasil colhe os frutos deste plano econômico, pois temos a inflação perto dos 5% ao ano quando no passado se tinha atingido a casa dos 3 dígitos. Ele foi tão bem sucedido que foi usado para eleger FHC presidente em 1994 e se reeleger com o casuísmo da mudança da constituição.
Foi desenvolvido e implementado em 30 de junho de 1994, pelos seguintes economistas: Gustavo Franco, Pérsio Arida, Pedro Malan, Edmar Bacha, André Lara Rezende, entre outros, sendo Ministro da fazenda Rubens Ricupero, visto que FHC Fernando Henrique Cardoso estava licenciado para concorrer a presidencia da república, sendo presidente do Brasil Itamar Franco. Tinha como principal objetivo à redução e o controle da inflação. Infelizmente no Brasil poucos sabem desta verdade, acham que FHC desenvolveu o Plano Real num passe de mágica.

O Plano Real baseou-se na experiência de nada mais, nada menos que 16 planos anteriores, que não deram certo, mas contribuíram para que não se cometessem os mesmos erros e nos seguintes objetivos.

            1ª - Redução de gastos públicos e aumento dos impostos como forma de                      controlar as contas do governo.
2ª - Criação da Unidade Real de Valor (URV) como forma de desindexar a economia, até então indexada pelos índices de inflação.
3ª - Criação de uma nova moeda forte: o Real (R$).
4ª - Aumento das taxas de juros e aumentos dos compulsórios (dinheiro que os bancos devem recolher junto ao Banco Central). Estas medidas tinham como objetivo reduzir o consumo e provocar a queda da inflação.
5ª - Redução dos impostos de importação para aumentar a concorrência com os produtos nacionais, provocando a redução dos preços.
6ª - Controle cambial, mantendo o Real valorizado diante ao Dólar. Esta medida visava estimular a importação e aumentar a concorrência interna, controlando o aumento dos preços dos produtos nacionais.

Planos econômicos bases do Real.
 - O Presidente Goulart lançou em 1963 o Plano Trienal. A inflação subiu a 90,6% e o PIB avançou apenas 0,6%.
- Em 1964 foi lançado o plano Programa de Ação Econômica do Governo (Paeg) dos ministros Roberto Campos e Otávio Gouvêa de Bulhões. O objetivo era reduzir a renda disponível na economia para frear a alta dos preços. O Paeg conseguiu algum sucesso no controle da inflação. Ela foi de 34,5% em 1965 e de 38,8% em 1966.
- Em 1967, no governo Castelo Branco foi feito o Plano DECENAL, Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED) quando ocorreu o MILAGRE BRASILEIRO. Seu objetivo maior era estimular o crescimento do mercado interno. O PIB avançou em média 9,9% chegando a 11,9 em 1970.
- Em 1970, o governo Médici lançou um plano de diretrizes econômicas para o futuro. Entre os objetivos estipulados no Metas e Bases para a Ação de Governo (MBAG) estava o ingresso do Brasil no grupo de países desenvolvidos até o fim do século, por meio de crescimento superior a 7% ao ano nas três décadas seguintes.
- Baseado nas diretrizes do MBAG, o ministro do Planejamento do governo Médici, João Paulo dos Reis Velloso,elaborou o I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND), para o período entre 1972-74. O objetivo era incluir o Brasil no mundo desenvolvido no prazo de uma geração. Entre as metas estavam: a duplicação da renda per capita até 1980 e o aumento da taxa de investimento bruto. Para isso, a economia deveria crescer entre 8% e 10% anualmente, e a inflação, estar abaixo de 10%. Desta época temos a Ponte Rio-Niterói, a rodovia Transamazônica, a hidrelétrica de Três Marias e a de Itaipu. Foi o período de maior crescimento na história do Brasil, uma média de quase 12% ao ano.
- Nos anos 80 o Brasil o avião Brasil baixou o nariz, devido a turbulência da maior crise global acentuada pela moratória do México e pela elevação dos juros pelo mundo.
- Em 1979, o ministrão Delfim Netto elaborou o III PND (1980-85) na tentativa de estabilização. Em média, o avanço anual do PIB no período foi de apenas 2,69%, contra 6,38% nos anos do II PND. A inflação anual, foi de 158%, contra 55% durante o plano anterior. A dívida externa cresceu de US$ 55,8 bilhões, em 1979, para US$ 105 bilhões, em 1985.


- No governo Sarney foram lançados dois programas de planejamento: o Plano Nacional de Desenvolvimento da Nova República (1986-1989) e o Plano de Ação Governamental (1987-1991) e o famoso Plano Cruzado que acabou levando a inflação a dois dígitos mensais chegando a 84%. Plano Cruzado II, Plano Bresser, Plano Verão etc.
O Plano Collor apesar de ter sido o governo que fez a modernização de nossa industria e quebrado um pouco a nossa inflação não teve sucesso pelo congelamento da poupança. Collor foi o presidente realmente eleito pelo vto popular direto. Em vez do lançamento de planejamentos econômicos ambiciosos, a Constituição de 1988 previa a submissão periodica ao Congresso de Planos Plurianuais de Investimentos (PPA). Baseados nos orçamentos plurianuais da década de 70, os PPA apresentariam diretrizes orçamentárias para os próximos quatro anos. Eles sobreviveriam à estabilização da economia com o Real e vigoram até hoje.


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